Tudo pronto! Arábia Saudita sediará negociações entre EUA e Rússia sobre a Ucrânia

As negociações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a guerra na Ucrânia devem começar na terça-feira, mas o pontapé já foi dado por Donald Trump, mas há dúvidas da presença do governo de Kiev nas negociações, um medida muito arriscada.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial para o Oriente-Médio, Steve Witkoff, e o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, estão viajando para a Arábia Saudita para as negociações.

Um oficial saudita disse à emissoras americanas que eles fariam mais do que apenas hospedar e estariam envolvidos em um papel de mediação. A equipe saudita será liderada pelo conselheiro de segurança nacional do país.

Um funcionário ucraniano disse que eles não estariam presentes nas negociações, embora Keith Kellogg, o enviado da administração Trump para a Rússia e Ucrânia, tenha discutido um conjunto de negociações de “dupla via” e estará em Kiev esta semana. No domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que os ucranianos fariam parte das negociações.

As notícias das negociações entre os EUA e a Rússia surgiram quando o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse no domingo que estava “pronto e disposto” a enviar tropas britânicas para a Ucrânia para impor um acordo de paz, se necessário.

Escrevendo no jornal Daily Telegraph, Starmer disse que não encara a possibilidade levianamente, mas argumentou que ajudar a garantir a segurança da Ucrânia também fortaleceria a segurança do Reino Unido e da Europa.

Ele pediu que as nações europeias aumentassem seus gastos com defesa e “assumissem um papel maior na OTAN”, mas disse que o apoio dos EUA continuaria sendo crítico para garantir a paz. O primeiro-ministro também disse que se encontraria com Trump e outros aliados do G7 nos próximos dias para garantir um acordo forte.

Rússia afirma que “não faz sentido” convidar líderes europeus para as negociações sobre a Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse na segunda-feira que não via razão para os líderes europeus participarem das negociações para acabar com a guerra na Ucrânia e acusou Bruxelas de querer prolongar o conflito.

Os comentários de Lavrov vieram antes de sua visita à Arábia Saudita para se encontrar com altos funcionários dos EUA, incluindo o Secretário de Estado Marco Rubio. Enquanto isso, os líderes europeus estavam se reunindo em Paris para uma cúpula de emergência sobre a Ucrânia em meio ao alarme sobre o alcance diplomático de Washington para Moscou.

“Não sei o que eles [autoridades europeias] fariam na mesa de negociações… se eles vão se sentar à mesa de negociações com o objetivo de continuar a guerra, então por que convidá-los para lá?”, disse Lavrov em uma entrevista coletiva em Moscou.

O veterano ministro das Relações Exteriores argumentou que Bruxelas não conseguiu ajudar a resolver o conflito desde 2014, quando Moscou anexou pela primeira vez a península da Crimeia e apoiou as forças separatistas no leste da Ucrânia.

Washington insiste que quer que tanto a Rússia quanto a Ucrânia façam concessões caso as negociações de cessar-fogo se concretizem.

Mas Lavrov insistiu que Moscou não faria concessões em relação ao território ucraniano que suas forças tomaram ao longo de anos de combates, dizendo que não poderia haver sequer “pensamento” nisso durante as negociações.

O Kremlin afirma ter anexado as regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia , apesar de não ter controle total sobre elas.

Acordo sobre base russa em porto do Sudão no Mar Vermelho avança!

Um acordo assinado anos atrás para a criação de uma base naval russa no Sudão continua sobre a mesa após negociações em Moscou, disse o ministro das Relações Exteriores sudanês, Ali Yusef Sharif, em uma entrevista ao Russia Today na quarta-feira.

Tal acordo tem sido discutido há anos desde que um acordo foi assinado sob o ex-presidente Omar al-Bashir. Os generais do exército que o derrubaram em 2019 disseram mais tarde que o plano estava sob revisão, e uma base nunca se materializou até então.

Futura base naval russa no Sudão. Foto: Google Maps

Porém, as conversas avançaram. “Na nossa reunião não negociamos o acordo… houve um acordo assinado e não há discordância”, disse Ali Yusef Sharif, dizendo que, como antes, tudo o que resta é a questão da ratificação.

“Não há obstáculos, estamos em total acordo”, disse Sharif anteriormente quando questionado sobre o acordo, após conversas com seu colega russo, Sergei Lavrov.

Ele não forneceu detalhes adicionais sobre o plano. A Rússia cultivou laços com ambos os lados na guerra civil de quase dois anos no Sudão, e autoridades russas visitaram a capital do exército durante a guerra, Porto Sudão, nos últimos meses.

No ano passado, um importante general sudanês disse que a Rússia havia pedido um posto de abastecimento no Mar Vermelho em troca de armas e munições.

Sharif disse que tal estação não representava nenhuma ameaça a nenhum outro país ou à soberania do Sudão, citando o exemplo do vizinho Djibuti, que abriga diversas bases estrangeiras.

Tal estação seria benéfica para a Rússia, principalmente depois que a queda do regime de Assad na Síria colocou em questão bases importantes no país.
A guerra no Sudão atraiu diversas influências regionais e globais concorrentes, em parte devido ao seu amplo litoral no Mar Vermelho, bem como aos recursos de ouro.

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