“Lula faz ligação sigilosa a Maduro sobre ação dos EUA no Caribe”, diz CNN Brasil

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro conversaram por telefone no dia 2 de dezembro, uma terça-feira, em um diálogo que durou cerca de 15 minutos.

A existência da ligação, inicialmente mantida sob reserva, foi confirmada ao jornal “O Globo” e posteriormente à “CNN” por fontes do Palácio do Planalto.

Durante a conversa, Lula manifestou inquietação com o reforço da presença militar norte-americana no Caribe e pediu ao líder venezuelano sua leitura sobre as intenções e os movimentos dos Estados Unidos na região.

Trata-se do primeiro contato direto entre os dois chefes de Estado em mais de um ano, período marcado pelo distanciamento diplomático após as eleições presidenciais venezuelanas de julho de 2024, cujo resultado foi amplamente contestado por irregularidades.

Assessores próximos a Lula descreveram o telefonema como “muito cordial” e o classificaram como um gesto de “descongestionamento” das relações bilaterais.

Diferentemente de contatos anteriores com Donald Trump, nos quais o brasileiro chegou a colocar-se à disposição para eventual mediação, dessa vez Lula não tocou no assunto com Maduro.

Segundo integrantes do governo, divergências recentes, entre elas a posição brasileira contrária à entrada imediata da Venezuela no Brics e o resfriamento após as denúncias de fraude eleitoral, haviam criado um clima de desconfiança mútua. Por isso, antes de avançar em temas mais sensíveis, tornou-se necessário esse primeiro “reaproximação”.

As explicações dadas por Maduro, ainda de acordo com as mesmas fontes, repetiram basicamente o discurso oficial já divulgado por Caracas e pelo próprio presidente venezuelano em pronunciamentos públicos.

O “Eixo” em ação: Maduro conversa com Lula, Putin e Lukashenko – Possível refúgio a Maduro!

O governo Trump afirmou que não reconhece Maduro, no poder desde 2013, como o presidente legítimo da Venezuela. Ele alegou ter vencido a reeleição no ano passado em uma votação considerada fraudulenta pelos Estados Unidos e outros governos ocidentais.

Nos últimos meses, Trump intensificou a pressão sobre a Venezuela, sobretudo com um enorme reforço militar no Caribe.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou na semana passada com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, sobre a situação no Caribe e na América do Sul, informou o governo brasileiro nesta quinta-feira.

Os dois líderes realizaram uma “ligação rápida” em 2 de dezembro, disse o governo, acrescentando que não houve novos desdobramentos após a ligação.

Essa foi a primeira ligação telefônica desde antes da eleição presidencial fraudada em julho do ano passado na Venezuela. Na época, o governo brasileiro e observadores internacionais contestaram a autoproclamada reeleição de Maduro.

O jornal brasileiro O Globo, citando fontes, foi o primeiro a noticiar a ligação na quinta-feira. Segundo a reportagem, Lula expressou preocupação com a crescente presença militar dos EUA no Caribe, em um momento em que o presidente Donald Trump intensifica a pressão sobre o governo socialista de Maduro.

De acordo com reportagens recentes de veículos como Valor Econômico, BBC Brasil e “O Globo”, há indícios de que o governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, está atuando diplomaticamente para convencer Nicolás Maduro a adotar uma postura de moderação e contenção em caso de um ataque ou ação militar dos Estados Unidos contra a Venezuela.

Ainda na quinta, a Rússia e seu aliado mais fiel, a Bielorrússia, também entraram em contato Nicolás Maduro, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, intensifica a pressão por sua destituição, aumentando a possibilidade de que ele busque refúgio no exterior.

Maduro disse a Trump em um telefonema em 21 de novembro que estava pronto para deixar a Venezuela , desde que ele e sua família recebessem anistia legal completa, segundo fontes da Reuters.

Essa estratégia visa evitar uma escalada de tensões que pudesse desestabilizar a região, incluindo o Brasil, que já recebe fluxos migratórios significativos da Venezuela.

O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, realizou na quinta-feira seu segundo encontro em 17 dias com Jesús Rafael Salazar Velázquez, embaixador da Venezuela em Moscou.

Segundo a agência de notícias estatal bielorrussa Belta, Lukashenko disse ao enviado em 25 de novembro que Maduro era sempre bem-vindo na Bielorrússia e que era hora de ele fazer uma visita.

Na quinta-feira, Belta citou Lukashenko lembrando Velázquez de que eles haviam concordado, na primeira reunião, em “coordenar certos assuntos” com Maduro.

“Concordamos que, após a resolução de certas questões, você encontraria um tempo para vir falar comigo e nos encontrarmos novamente para que pudéssemos tomar a decisão apropriada, que está dentro de nossa competência. E, se necessário, envolveremos o presidente da Venezuela.”

Jornalistas europeus solicitaram um posicionamento do gabinete de Lukashenko sobre a importância dos encontros e se Belarus estaria disposta a oferecer refúgio a Maduro caso ele renunciasse. Não houve resposta.

Lukashenko, o veterano líder autoritário da Bielorrússia, mantém relações amistosas com a Venezuela e também iniciou, este ano, um diálogo com o governo Trump, após anos sendo evitado por Washington e outros governos ocidentais devido ao seu histórico de direitos humanos e ao seu apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Trump começou a aliviar as sanções americanas contra Belarus e, no mês passado, nomeou um enviado especial, John Coale, para dar continuidade às negociações com Lukashenko sobre a libertação de presos políticos.

Uma aproximação mais forte ou a concessão de refúgio ao ditador venezuelano poderia comprometer a reaproximação de Lukashenko com Donald Trump, a menos que o presidente americano dê algum aval explícito.

Essas movimentações ocorrem em um momento de tensão máxima, com Trump dando oportunidades para Maduro deixar o poder. Não há confirmação oficial de aceitação por Maduro, mas as ações de 11 de dezembro indicam que o refúgio bielorrusso é uma opção ativa na mesa, mediada por Putin.

URGENTE!! Escolas na Venezuela solicitam “KITs DE SOBREVIVÊNCIA” para alunos em meio às tensões!

A CNN americana obteve com exclusividade comunicados de algumas escolas particulares de Caracas, capital e sede do regime da Venezuela, solicitando aos pais e responsáveis ​​que enviem um “kit de emergência individual” para cada aluno que frequentará a escola.

O kit deve conter água, alimentos não perecíveis, itens de higiene e medicamentos, se necessário, além de lanternas.

A justificativa é que esses kits podem ser necessários caso um aluno precise passar a noite na escola, especialmente em caso de “terremoto”. No entanto, um pai que falou com a CNN e pediu anonimato por medo de possíveis represálias acredita que o pedido visa preparar-se para outros cenários relacionados às tensões entre Caracas e Washington.

Desde que os EUA começaram a atacar embarcações no Caribe e no Pacífico em 2 de setembro, Trump tem insinuado repetidamente a possibilidade de uma operação em território venezuelano, embora não esteja claro se isso se concretizará ou quando poderá ocorrer.

EUA avaliam revogar Lei Magnitsky contra Moraes e a mulher, segundo informações da Revista Oeste

De acordo com reportagem publicada pela Revista Oeste, o governo dos Estados Unidos estuda a possibilidade de retirar as sanções impostas pela Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e à sua esposa, Viviane Barci de Moraes.

Conforme fontes do governo americano citadas pela revista, o pedido de revogação já chegou à Casa Branca e está sendo analisado.

A suspensão das medidas punitivas estaria condicionada à assinatura de um acordo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. As contrapartidas em discussão incluem:

-a autorização para empresas norte-americanas explorarem reservas brasileiras de terras raras;
-o fim das restrições e censura impostas às redes sociais;
-a revogação de tributos aplicados às grandes empresas de tecnologia;
-maior cooperação do Brasil com os EUA no combate ao crime organizado;
-e o encerramento de toda parceria brasileira com a China no segmento de satélites: beneficiaria diretamente a Starlink, de Elon Musk.

Ainda segundo a Revista Oeste, o canal de diálogo entre Washington e Brasília tem sido conduzido pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS. Nos últimos meses, eles viajaram repetidas vezes aos Estados Unidos, onde se reuniram com Donald Trump.

A partir desses contatos, os empresários atuaram como intermediários no mais recente diálogo entre Trump e Lula, realizado na Malásia.

Proposta de Derrite para PL Antifacção pode “desestabilizar” o sistema penal, diz secretário nacional de Segurança Pública

Durante entrevista ao programa “Em Ponto”, da Globo News, o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, afirmou que o Projeto de Lei (PL) Antifacção do deputado federal e secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, “banaliza o terrorismo” e pode “desestabilizar todo o sistema penal e processual brasileiro”.

A proposta do Sr. Derrite altera o texto original do governo federal, que criou uma nova proposta penal para as organizações criminosas, e passa a enquadrar parte dessas condutas dentro da Lei Antiterrorismo.

Segundo Mário Sarrubbo, a atual proposta de lei não qualifica propriamente as organizações criminosas em “terroristas”, mas equiparam as ações.

“Eles, na verdade, recuaram naquela ideia inicial de transformá-las efetivamente em terroristas, mas procuraram equipar a ação, quase que banalizando as ações terroristas”, disse Sarrubbo.

A Lei Antiterrorismo brasileira (Lei 13.260/2016) define terrorismo como a prática de atos violentos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, motivados por razões de xenofobia, religião, ideologia política ou preconceito.

Ou seja, a motivação é o que diferencia um grupo terrorista de uma facção criminosa. Segundo observações do Judiciário e do Governo Brasileiro, terroristas costumam buscar fins ideológicos ou políticos, enquanto facções como o PCC visam o lucro, especialmente por meio do tráfico de drogas, armas e crimes financeiros.

EUA venderam secretamente 20 fuzis de precisão para o BOPE do Rio de Janeiro durante o governo de esquerda de Joe Biden

No ano passado, o governo americano autorizou a exportação de fuzis de alta precisão para a tropa de elite da polícia militar do Rio de Janeiro, o BOPE, desconsiderando alertas do embaixador dos EUA e de outros representantes diplomáticos sobre o risco de que as armas fossem empregadas em “execuções extrajudiciais”, conforme revelaram três fontes governamentais americanas, ativas e aposentadas, além de documentos consultados pela Reuters.

A tropa que recebeu o armamento, o BOPE, esteve no comando de uma megaoperação realizada na semana anterior que resultou em 121 pessoas mortas, entre elas quatro policiais cumprindo seu trabalho em defender a sociedade.

A ofensiva foi duramente criticada por organizações de direitos humanos e por ditos “peritos” da ONU, que apontaram indícios de “letalidade ilícita” em parte dos óbitos, porém, não mencionaram a adulteração das cenas por parte de moradores e de integrantes do narcoterrorismo liderado pelo Comando Vermelho (CV).

De acordo com relatórios internos da corporação fluminense acessados pela Reuters, o BOPE comprou 20 fuzis/rifles de alta precisão produzidos pela empresa Daniel Defense LLC, sediada na Geórgia, em uma transação sigilosa fechada em maio de 2023, ainda no governo de esquerda de Joe Biden.

A entrega ocorreu apenas em 2024, período em que o Departamento de Estado americano ainda discutia a conveniência do negócio, conforme registros da polícia do Rio e do próprio órgão norte-americano.

O contrato, avaliado em torno de US$ 150 mil, não foi o único do gênero.  documentos do Departamento de Estado mostram que a unidade já havia importado com êxito pelo menos 800 fuzis fabricados nos EUA.

Ainda assim, uma sequência de ações letais conduzidas pelo BOPE nos anos recentes levou parte dos diplomatas a rever sua posição, segundo as fontes e os documentos analisados pela Reuters.

Trump busca convencer Lula a abandonar a proposta de substituir o dólar e Lula afirma que vai disputar o 4° mandato presidencial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi acolhido pelo presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, no Palácio Merdeka, em Jacarta, nesta quinta-feira (23).

Durante o encontro, os líderes firmaram múltiplos acordos bilaterais, fortalecendo uma cooperação estratégica entre os países. Em fala à imprensa, Lula anunciou sua decisão de concorrer a um quarto mandato presidencial em 2026 e reforçou a defesa do multilateralismo como base para as relações internacionais.

Às vésperas de uma possível reunião com o presidente norte-americano, Donald Trump, Lula criticou práticas protecionistas e defendeu a ampliação do comércio internacional com o uso de moedas locais, reduzindo a dependência do dólar.

Esse tema é um dos pontos centrais nas negociações com os Estados Unidos. Segundo informações do blog de Valdo Cruz para G1, Trump busca convencer Lula a abandonar a proposta de substituir o dólar nas transações do Brics.

“Tenho 80 anos, mas a energia que carrego é a mesma de quando eu tinha 30. Estou preparado para disputar mais um mandato no Brasil”, declarou Lula.

Embora Lula já tenha sinalizado em outras ocasiões o interesse em concorrer à Presidência em 2026, suas declarações anteriores costumavam mencionar condições relacionadas à sua saúde e disposição física. Desta vez, ele se posicionou de maneira clara e definitiva sobre a candidatura.

Lula defende que “nenhum presidente” deve dar palpite sobre Venezuela e diz que “Cuba é um exemplo de povo e dignidade”

Sem citar o presidente Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da Venezuela, e também de Cuba, em meio ao aumento da pressão dos Estados Unidos (EUA) contra o governo de Nicolas Maduro.

“Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil, cada um será ele [próprio]. O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino, e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”, disse Lula em Brasília.

O Brasil, em conjunto com a maioria dos países da América Latina, já havia manifestado preocupação com a movimentação militar de Washington nas águas do Caribe.

O presidente brasileiro falou um dia depois de Trump confirmar que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela para derrubar o governo em Caracas, o que é uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas (ONU).

Lula também condenou a manutenção de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo.

“O que nós dizemos publicamente é que Cuba não é um país de exportação de terroristas. Cuba é um exemplo de povo e dignidade”, disse.

Com informações de Agência Brasil, por Lucas Podeus León disponível aqui .

EUA descartam consultar Brasil sobre ação militar na Venezuela, afirma UOL

As tensões entre Estados Unidos e Venezuela, agravadas pela crise política e eleitoral no país vizinho, levantam debates sobre o papel do Brasil em um eventual conflito ou negociação.

A postura do governo Lula, que mudou a percepção dos EUA ao adotar uma posição mais crítica sobre as eleições venezuelanas, adiciona complexidade ao cenário, embora a influência brasileira nas decisões americanas seja limitada, especialmente em um governo Trump.

Segundo a colunista Mariana Sanches, no UOL News, os Estados Unidos não devem envolver o Brasil em uma possível operação militar na Venezuela, pois não precisam do apoio brasileiro e já presumem uma posição contrária do Brasil.

Para negociações diplomáticas, no entanto, o Brasil poderia ser considerado, embora não haja clareza sobre se os EUA buscarão esse apoio. A mudança na postura do governo Lula sobre as eleições venezuelanas alterou a percepção americana, mas é improvável que isso afete as decisões de um eventual governo Trump. A incerteza permanece sobre se e como os EUA abordarão o Brasil em relação à Venezuela.

Mariana Sanches destaca que a nova postura do governo Lula, que se recusou a legitimar as eleições venezuelanas devido à ausência de atas eleitorais, alterou a percepção de parlamentares americanos, como Marco Rubio, sobre o Brasil. Anteriormente crítico à relação de Lula com Maduro, Rubio agora vê o governo brasileiro com menos hostilidade no contexto venezuelano.

Na Casa Branca, Mauro Vieira diz que reiterou pedido para reversão do tarifaço de 50%

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira que teve uma “conversa muito produtiva” com secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio.

O tarifaço de 50% dos Estados Unidos a produtos brasileiros foi um dos principais temas, segundo o ministro.

Os dois estiveram juntos mais cedo, por cerca de 1h15, na Casa Branca. Na maior parte da conversa, assessores estiveram presentes. Mas, durante 20 minutos, Vieira e Rubio estiveram a sós.

A reunião entre Rubio e Vieira ocorre na semana seguinte ao telefonema entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump. O encontro ocorreu em meio às tratativas para uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

Vieira afirmou que o encontro deve ocorrer “proximamente”, mas sem data nem local definidos.