O “imposto menstrual” que afeta 109 milhões de mulheres no Paquistão!

Enquanto países como Quênia, Índia, Reino Unido, Canadá, Austrália, Colômbia e África do Sul aboliram o imposto rosa ou imposto menstrual, o Paquistão ainda parece não conseguir se livrar dele.

Uma mulher passa cerca de seis a sete anos de sua vida menstruando, cumulativamente. Para estudantes e mulheres de baixa renda, lidar adequadamente com a menstruação pode ser extremamente difícil.

Segundo a UNICEF, apenas uma pequena parcela das mulheres no Paquistão consegue comprar absorventes higiênicos devido aos altos impostos, que podem representar até 40% do preço final.

Outro estudo constatou que apenas cerca de 16,2% das mulheres em áreas rurais usam absorventes por causa do alto custo.

Mahnoor Omer, uma advogada e ativista de 25 anos, está lutando contra o governo paquistanês pelos direitos das mulheres e já teve sua primeira audiência.

Ela contesta o “imposto menstrual”, questionando por que o governo do Paquistão isenta de impostos itens considerados “essenciais”, como sêmen bovino, leite e queijo, enquanto absorventes higiênicos, que são itens de necessidade mensal para muitas das 109 milhões de mulheres do país, são classificados como não essenciais e tributados como bens de luxo, juntamente com perfumes e cosméticos.

“É desanimador que, apesar de mulheres ocuparem cargos de ministras, legisladoras e representantes públicas, políticas que ignoram a questão de gênero continuem sendo aprovadas sem questionamento”, disse Omer ao The Guardian. “Seja por omissão ou por ato deliberado, essas leis precisam ser alteradas”, acrescentou.

Omer conta com o apoio da Mahwari Justice, uma organização liderada por jovens que oferece educação em saúde e distribui produtos menstruais em comunidades carentes.

A organização foi fundada após as catastróficas enchentes de 2022, quando duas amigas, Anum Khalid e Bushra Mahnoor, testemunharam como as mulheres eram obrigadas a usar substitutos inseguros para a higiene menstrual. A organização também lançou uma petição para apoiar a ação judicial de Omer.

“Como muitos casos como este passam despercebidos, nosso objetivo é mobilizar as pessoas para assinarem a petição e pressionar a opinião pública por mudanças”, disse Mahnoor ao The Guardian. A petição já recebeu mais de 4.700 assinaturas.

Ongs recebem ordens de demitir mulheres no Afeganistão

Os terroristas islâmicos do grupo Talibã assumiu o governo do Afeganistão após derrubar Cabul em 15 de agosto de 2021, após uma falha estratégica da Administração Joe Biden que deixou o então governo afegão de Ashraf Gani completamente vulnerável.

Hoje, o Talibã exerce uma pressão e repressão nunca antes vista, assumindo um extremismo mortal. O grupo impôs mais controles rígidos, como o uso da burka nas mulheres, usada para definir a mais severa forma de vestimenta islâmica, cobrindo inteiramente o corpo, a cabeça e o rosto, com apenas uma redinha à altura dos olhos.

A mais recente medida de opressão quase além da imaginação foi a ordem para que as Ongs, nacionais ou estrangeiras, demitam imediatamente funcionárias mulheres.

Em geral, são mulheres que trabalham como parteiras ou em outras formas de atendimento de saúde, extremamente dificultadas já que é obrigatória a presença de um membro da família caso um médico homem atenda as pacientes. É mais uma iniciativa brutal para apagar a presença feminina da vida pública, como exige a interpretação ultrafundamentalista do Corão e de seus intérpretes.