Ex-guerrilheiro Gustavo Petro critica Pete Hegseth e alerta: “Vocês querem nos assediar para conseguir petróleo de graça!”

O presidente colombiano, Gustavo Petro, criticou duramente o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, pelo último ataque do país a um navio na costa venezuelana na sexta-feira.

Em uma publicação nas redes sociais, Petro respondeu ao anúncio do ataque feito por Hegseth, no qual ele alegou que os EUA haviam realizado um “ataque letal e cinético contra um navio de narcotráfico”.

“Não, Sr. Secretário de Guerra, os jovens que estão nesses barcos não são narcoterroristas, são jovens pobres das ilhas caribenhas tentando sobreviver. Ao bombardeá-los com mísseis como em Gaza, o senhor está assassinando o povo caribenho”, disse Petro.

Ele continuou afirmando que o que o governo Trump realmente quer é “o petróleo da Venezuela e da Guiana, só isso”.

“O uso de mísseis antieconômicos e assassinos tem outro objetivo. Vocês querem nos assediar para obter petróleo de graça”, acrescentou Petro.

Hegseth não respondeu à publicação de Petro. Na sexta-feira, ele detalhou que quatro pessoas morreram no ataque, realizado “próximo à costa da Venezuela, enquanto o navio transportava quantidades substanciais de narcóticos — com destino à América para envenenar nosso povo”.

“Nossa inteligência, sem sombra de dúvida, confirmou que este navio traficava narcóticos, que as pessoas a bordo eram narcoterroristas e que operavam em uma rota de trânsito conhecida pelo narcotráfico. Esses ataques continuarão até que os ataques ao povo americano acabem!!!!”, concluiu Hegseth.

URGENTE!! Trump assina ordem de retaliação contra a Colômbia que envolve sanções econômicas, diplomáticas e de exportação

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse minutos atrás que imporia fortes medidas de retaliação à Colômbia, incluindo tarifas, sanções e proibições de viagens depois que o país sul-americano recusou duas aeronaves militares dos EUA com migrantes sendo deportados como parte da repressão à imigração ILEGAL de Trump.

Trump disse que a ação do presidente colombiano Gustavo Petro colocou em risco a segurança nacional dos EUA e orientou seu governo a tomar medidas de retaliação.

Essas sanções incluem a imposição de tarifas de emergência de 25% sobre todas as mercadorias colombianas que chegam aos Estados Unidos, que subirão para 50% em uma semana; uma proibição de viagens e revogações de visto para funcionários do governo colombiano e seus aliados; imposição total do Tesouro de emergência, sanções bancárias e financeiras e inspeções aprimoradas de fronteira de cidadãos colombianos.

“Essas medidas são apenas o começo”, escreveu Trump no Truth Social. “Não permitiremos que o governo colombiano viole suas obrigações legais em relação à aceitação e retorno dos criminosos que eles forçaram aos Estados Unidos!”.

Gustavo Petro é um criminoso terrorista que virou Presidente da Colômbia

Aos 17 anos, Gustavo Petro entrou no grupo de extrema-esquerda guerrilheiro M-19 e sua participação no grupo marca toda a sua carreira política. Foi preso em 1985 por posse ilegal de armas, cumprindo pena de 18 meses na cadeia.

Por estar preso, Petro não participou de um dos ataques mais marcantes da história do M-19. Nos dias 6 e 7 de novembro de 1985, o grupo invadiu o Palácio da Justiça e fez mais de 300 pessoas reféns.

A tomada durou 28 horas e terminou em um confronto com o exército. A ação deixou mais de 100 mortos, entre ele o presidente da Suprema Corte, Alfonso Reyes Echandía.

Em paralelo a sua atuação na guerrilha, Petro se formou em Economia na Universidade Externado, em Bogotá. 

O grupo guerrilheiro se transformou em um partido político de extrema-esquerda em 1990, se tornando a Aliança Democrática M-19. Petro foi um dos fundadores.

A recusa da Colômbia e do México

A recusa da Colômbia em aceitar os voos é o segundo caso de uma nação latino-americana recusando voos de deportação militar dos EUA.

Petro condenou a prática, sugerindo que tratava os migrantes como criminosos. Em um post na plataforma de mídia social X, Petro disse que a Colômbia receberia migrantes deportados em aviões civis, dizendo que eles deveriam ser tratados com dignidade e respeito.

A decisão da Colômbia segue uma do México, que também recusou um pedido na semana passada para deixar uma aeronave militar dos EUA pousar com migrantes.