Lynne Tracy, embaixadora dos EUA em Moscou, conversou na terça-feira com o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, e discutiu as operações das instituições diplomáticas russas no exterior, informou a agência de notícias estatal RIA.
A RIA citou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, como fonte da informação. Na segunda-feira, Ryabkov, o representante da Rússia para as relações com os Estados Unidos, deu uma entrevista coletiva e, entre outros tópicos, discutiu possíveis negociações de paz sobre a Ucrânia entre Moscou e Washington.
Diante disso, surgiram informações valiosas de que uma grande autoridade americano estaria secretamente em Moscou para abrir negociações diretas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não tinha informações sobre relatos não confirmados no Telegram de que o enviado dos EUA para o Oriente-Médio, Steve Witkoff, pode ter voado secretamente para Moscou e acrescenta que nenhuma reunião com ele estava na agenda.
Peskov repetiu uma declaração de que os contatos entre a administração do presidente dos EUA, Donald Trump, e a Rússia começaram em diferentes níveis e se intensificaram. Mas ele disse que não havia nada de novo para relatar sobre as discussões em torno da Ucrânia.

Um jato executivo Gulfstream G650ER que partiu ontem de Washington DC e supostamente pertence a Steve Witkoff, enviado especial para o Oriente Médio e assessor próximo do presidente dos EUA, Trump, entrou no espaço aéreo russo e estava se aproximando de Moscou como mostra o monitor de tráfego aéreo.
Não há qualquer evento aéreo que faça esse percurso de Washington a Moscou em meio à guerra na Ucrânia e sanções dos EUA, exceto se tratando de uma aeronave de alto nível diplomática.
A aparição não anunciada de Witkoff em Moscou pode sugerir cooperação entre o Kremlin e a Casa Branca para encontrar uma solução rápida para a crise dos reféns, possivelmente em resposta à repentina rejeição do acordo com Israel pelo Hamas.
Israel também está em contato com a Rússia em relação à libertação de reféns mantidos pelo Hamas. O governo Netanyahu acredita que Moscou pode influenciar a situação, de acordo com a embaixadora israelense na Rússia, Simona Halperin.
“Estou convencido de que a Rússia tem possibilidades de influenciar a situação e garantir a libertação dos reféns mantidos pelos terroristas do Hamas. Estou em contato com meus colegas russos sobre esse assunto delicado. Quando e se os esforços da Rússia derem resultados, serei o primeiro a reconhecer publicamente o papel de Moscou e agradecer à diplomacia russa”, disse Halperin à TASS.