Parlamento do Paquistão aprova mais poderes para o chefe do exército e restringe a atuação do Supremo Tribunal Federal, após abusos judiciais

O parlamento do Paquistão aprovou nesta quarta-feira uma emenda constitucional para ampliar os poderes do chefe do exército do país e restringir a atuação da Suprema Corte, em uma medida que, segundo críticos, prejudica a democracia.

A câmara baixa do parlamento aprovou a legislação com mais de dois terços dos votos, com apenas quatro parlamentares votando contra.

A câmara alta aprovou o projeto de lei dois dias antes, após a oposição boicotar o debate — uma aprovação excepcionalmente rápida para uma alteração constitucional. Essas emendas geralmente exigem semanas ou meses de deliberação.

A emenda se tornará lei assim que for assinada pelo presidente, uma mera formalidade.

O chefe do Exército, Asim Munir, será promovido ao novo cargo de Chefe das Forças de Defesa, assumindo formalmente o comando da Marinha e da Força Aérea. Após o término de seu mandato, ele manterá sua patente e terá imunidade legal vitalícia.

Com as mudanças, os casos constitucionais deixarão de ser julgados pelo Supremo Tribunal e passarão a ser analisados ​​por um novo Tribunal Constitucional Federal, cujos juízes serão nomeados pelo governo.

Nos últimos anos, o Supremo Tribunal bloqueou políticas governamentais e destituiu primeiros-ministros.

Os críticos afirmam que as mudanças concentram o poder nas mãos dos militares e da coligação governante. O partido da oposição Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), fundado pelo ex-primeiro-ministro preso Imran Khan, declarou não ter sido consultado sobre a legislação.

Os militares exercem há muito tempo uma grande influência na política do Paquistão, mas as reformas lhes conferem um respaldo constitucional maior, que seria difícil de reverter.

Gilmar propõe inelegibilidade para militares na política!

Durante o evento em memória aos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes em Brasília, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou a ideia da inelegibilidade para militares na política.

Segundo o decano, a proposta de limitar o acesso ao meio político deve valer para ocupantes de certos cargos públicos, como delegados, juízes, policiais e promotores e outros quadros da Administração Pública que, para Gilmar Mendes, não possam ser usados para “fins políticos”.

Crise na Defesa! José Mucio manifesta intenção de deixar o cargo do Ministério da Defesa

José Múcio Monteiro, engenheiro civil, político de carreira e atual ministro da Defesa, manifestou sua intenção de deixar o cargo após dois anos de atuação.

Quando nomeado pelo Presidente Lula, José Múcio tinha como objetivo promover a pacificação com as Forças Armadas após os assessores e chefes de confiança do presidente acreditarem que estavam fieis ao governo anterior de Jair Bolsonaro.

No entanto, nos últimos tempos, Mucio parece estar sendo pressionado por um questão de saúde e pela própria família a deixar o cargo.

De acordo com o jornalista Felipe Dantas da emissora Jovem Pan, a escolha do novo ministro da Defesa é considerada crucial, especialmente em um momento em que a confiança nas Forças Armadas foi abalada por uma suposta tentativa de golpe, investigada pela Polícia Federal e que acarretou prisão de alguns militares, entre eles o proeminente general de quatro estrelas Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa.

Mas há uma crise interna, que está sendo tratada pelos pares tanto da pasta quanto nas Forças Armadas. José Múcio vem declarando a pessoas próximas que não existe uma relação de amizade entre o governo e os militares.

O estopim da instabilidade entre as partes pode ter relação com um vídeo publicado pela Marinha do Brasil que gerou polêmica ao criticar a inclusão das Forças Armadas no pacote fiscal do governo.

Após críticas, houve a remoção do material em todas as redes sociais da Armada. Em resposta a essa situação, o governo decidiu que todas as campanhas publicitárias das Forças Armadas devem ser previamente aprovadas pelo Ministério da Defesa, com o intuito de evitar a politização das instituições militares.

Outra questão está envolvendo a prisão de Braga Netto. Na terça (17), o presidente Lula recebeu em sua casa em São Paulo a visita do ministro José Múcio.

José Múcio declarou para Lula que a prisão do General Quatro Estrelas causa um constrangimento, mas que deseja que o militar pague diante da lei.

Militares de alto escalão reagem às críticas de privilégios enquanto governo entrega projeto de cortes ao Congresso

O governo federal enviou para o Congresso Brasileiro um projeto de lei com idade mínima de 55 anos para aposentadoria militar e também extingue pensão paga a militares expulsos (‘morte ficta’) e prevê contribuição militar para fundo de saúde.

Contudo, os militares de alta patente reagiram às críticas de que teriam “privilégios” e vêm destacando, nas últimas semanas, que as Forças Armadas devem contribuir com cerca de R$ 16 bilhões para o ajuste fiscal.

Os cortes estudados pelo Governo Federal não se restringem somente às mudanças na aposentadoria dos militares, mas atingem também os fundos das Forças Armadas.

O projeto de lei que muda o Sistema de Proteção Social dos militares deve ser votado apenas no ano que vem, já que foi enviado ao Congresso apenas nesta terça.

O Legislativo vai agora priorizar as medidas já enviadas do pacote fiscal e a regulamentação da reforma tributária.

No fim das contas, a proposta do ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad, mexe pouco nos benefícios das Forças Armadas. Até então, as Forças Armadas contribuiriam com R$ 2 bilhões dos R$ 70 bilhões que serão economizados em dois anos.